Carta aos Empreendedores e Homens de Bem do Brasil

Nizan Guanaes, em sua carta ao Jovem Mídia, em artigo recente, destaca que nem tudo é digital e mostra de forma bem-humorada a importância de outras mídias, ditas como tradicionais. Faço também uso de uma carta para falar, desta vez, me dirigindo a empreendedores, empresários e homens de bem do Brasil, também sobre a mídia.

Talvez seja um tanto pretensiosa esta carta, e não pretendo ser tão brilhante como ele o foi, mas me sinto com o direito de fazê-la, simplesmente por que tenho o direito de me expressar. Cada um de nós tem este direito. E quem nos garante este direito? Não, não é apenas a constituição que nos garante isso. Outros países têm a liberdade de expressão em suas constituições e, nem por isto, ela ocorre. Vizinhos próximos servem de exemplos para nos alertar sobre isso.  

Pensando de forma prática, o que seria de nosso país sem alguns dos jornais e revistas que têm trazido à luz, tanta sujeira e podridão, que de tão volumosos continuam surpreendentes, mesmo para quem, como nós, não nasceu ontem? Será que existe este risco?  

Nos últimos anos no Brasil, várias foram as tentativas de se exercer algum tipo de controle sobre a imprensa, via legislação. Há outras formas de risco. Uma campanha, que está nas páginas dos jornais em todo o país, produzida pela agência do próprio Nizan, fala que nunca se leu tanto jornal. No entanto, talvez por desconhecimento disso, a participação na mídia publicitária de jornais e revistas vem caindo e é ela, a receita de publicidade, que somada à receita de audiência garante a independência econômica destas empresas. Sem independência econômica, ninguém é independente, não é mesmo?

O momento econômico é delicado para todas as empresas. Sabemos que uma mídia bem planejada sustenta marcas, reforça conceitos e gera vendas. Anúncios em jornais e revistas são eficazes e podem ajudar muito as nossas empresas. De quebra, podem ainda mais. Podem ajudar o Brasil a ser um dia, o que nós, empreendedores e homens de bem, tanto almejamos, um país em que simplesmente as coisas funcionem para quem trabalha honestamente e paga seus impostos.

Julio Sampaio é sócio da Resultado Consultoria.